segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O VOO DA FÊNIX

Garras arrancadas pela perfídia dos homens
Segredos imaculados em nome do amor
Arrancaram tua mais inocente sensualidade
Tua mente rasgada e queimada
Ave lendária que renasce das cinzas

Quase eternas, geram seus filhos
Mediante o fim da sua
Preservam sua própria ressurreição
A partir do seu corpo
Voltam como filha

Não despenca dos rochedos
Voa mais alto, vai longe
Tua dor te carrega
Te eterniza na alma daquilo que foi
Transmuta das cinzas que o céu é teu

Transcende teu horror
Retorna do nada e te perpetua
Teu instinto conhece o caminho
Faz teu fogo e sucumbe
E das cinzas, levanta e voa

Te alimenta de incenso
Carrega elefantes nas costas
Tua cor confunde o sol
Queima e reluz pra vida
Seja feliz...Eternamente..
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

LICENÇA POÉTICA

As árvores não me dizem não
E os pássaros me voam
Enquanto o rio que me passa
Leva chorando meu barco

Levo vida passa hora
Não sei pisar no chão
No céu me vôo
E as nuvens por mim passam

Levo ilesa meu vento
A chuva só me lava
O sol que me queima
No mar vai afogar

No jardim me embrenho
Samambaias me saúdam
Roseiras me espinham
Amoras se queixam
E eu....poeto!!!


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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

É ISSO AÍ...

Chega ser nostálgico tentar te esquecer
Ana Carolina canta esta história
A lua impõe tua presença
O vinho escorre minha boca
As flores foram testemunhas

Vou inventando amores
Procurando teu cheiro
Imaginando tua boca
Abraçando teu corpo
Falando conversas

Disfarço a dor
Ouso sonhar
Ouço tua voz
Vejo teus olhos
Beijo teu sorriso

Tal qual um sonho
Que tanta ternura
Não quero esquecer
Nunca perder
Me trouxe de volta!

Reconheci o amor
Momento guardado
Eterno na alma
Obrigada por aquela lua
Fez o brilho, dos meus olhos, voltar
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

ENQUANTO ESCREVO, OBSERVO MINHA MÃO

Bonita não?
Ela é a minha esquerda. A minha direita.
Extravasada, porém desvairada. Louca em busca do tudo ou nada. Sempre perseguindo palavras ou páginas em branco, seguindo sonhos. Assassinando realidades.

Que duas!
Duas pessoas, duas cúmplices. Se tocam e se mexem feito um balé. Se amam e se beijam como duas amantes. Uma não vive sem a outra. Que outra. Que uma.
Elas se conhecem há tantos anos, mas se descobrem a cada novo momento. Como se nunca tivessem se visto.
Uma trabalha muito, inquieta e sempre em busca do novo. A outra fica na expectativa de romper com o velho, buscando coragem naquela que deita com ela.
Que duas. Que mãos. E o corpo que separa as duas ao mesmo tempo precisa. As duas sussurram palavras, esboçam frases tentando formar sentenças. E as letras, uma atrás da outra buscam versos uma na outra.
E no lençol branco, se encontram coradas de paixão. Como se fossem duas amantes envergonhadas de tesão. Tentam dissimular uma conversa amena de bar. Tentam disfarçar a vergonha de amar. As duas voltam pra cama branca da noite, bulinando uma na outra buscando orgasmos solitários e silenciosos. Gritando frases desconexas, formando sentenças culpadas de amores, esboçando silêncios e revelando segredos através de dedos decepados pelas dores de escrever teu nome em linhas que nunca se encontram.
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O AMOR NÃO TEM ROTEIRO

Simplesmente pinta, a vida de cores. Cai no nosso colo sem prévio aviso. Tem vezes que começa no fogo, numa simples amizade ou a primeira vista. Quando nos damos conta, pimba...aconteceu. Amamos.
Já me aconteceu, mais de uma vez. Pessoa de sorte eu. Quando acaba fica com gosto de quero mais. Amor.
A paixão é como pegar um trem desgovernado. O amor é quando você compra o bilhete com destino certo, a felicidade eterna. “Que seja infinito enquanto dure”, já dizia o poeta.
Na verdade, nunca se sabe como, onde ou por quem. Quando menos se espera tem alguém sentado no teu coração balançando as perninhas.
Ficamos bobos.
Já quando não se tem amor, queremos sim. Não venha me dizer que não, que eu me basto, to bem assim sozinha, antes só do que mal acompanhada...blá...blá...blá. Pra mim, isso é papo de quem não quer admitir que precise de amor. Ora bolas, todos querem. Eu quero. Quem não quer.
Mas quero sem roteiro, sem pressa de terminar. Que chegue num olhar, num aperto de mãos ou até por e-mail. Mais cibernético.
Na verdade, não existe roteiro. O amor surpreende. Se houvesse um plano, seria falso.
Quero aquela coisa que emerge da paixão, vagueia pelo corpo e acaba impregnando o coração. Viaja palmo a palmo pelo corpo acariciando todos os sentidos, buscando prazeres nunca visitados. E que, depois de vistoriar todos os recantos, descanse ofegante no meu peito.
Quero que meu dia passe longo na expectativa de te ter de novo. Que meus pensamentos delirem pela noite anterior, lembrando passo a passo todo o prazer que proporcionou ao meu corpo suado.
Que eu rasgue todos os roteiros até agora apresentados, que eu enlouqueça no mesmo trem com bilhete comprado. E que meu destino seja uma estação abandonada onde só nós conhecemos, lugar secreto e lúdico com cheiro de cama e coração.
Quero um amor com direitos autorais, onde o destino escreve a sua parte no encontro das almas e ninguém pode roubar de mim. Sem roteiro porque a vida se impõe e transforma nosso construir de dias em um livro onde as páginas se escrevem por si só. Simples assim.


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sábado, 8 de agosto de 2009

QUASE AMOR

Conheci meu quase amor
Pensei que, ansiosamente, era
Um amor esperado, aguardado
Fadado ao eterno
Juro, pensei que era

Amor à primeira teclada
Existe sim, pensei que era
Conversas amenas e sérias
Momento sublime com Andrea Bocelli
Pensei num sonho, dormindo contigo

Impôs regras, mas aceitou o enlace
Amei o sorriso na busca do beijo
Busquei nas palavras a alma gêmea
Par perfeito num encaixe
Sou tão sonhadora com amores...

Teu silêncio me deixa triste
Quando a tua sensualidade
vai se confundir com a minha?
Pediu um dia te ver aqui
Tá aí... e eu aqui, sonhando!!
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

QUASE VERSOS

(mirror-puzzle)
Meus versos não são versos
Não tem linha nem formato
Nem prosa, quase sem rima
São impressões de vida

Jogo palavras nas frases
E delas me possuo
Ou sou possuída
E elas me revelam

Brinco com a frase
São códigos da alma
Inspirados na vida
Alguns decifram

Gosto desse jogo com as palavras
Revelo segredos decifráveis
Sem forma nem rima
Tem gente que odeia isso

Vou brincando com elas
Quebra-cabeças que nunca se encaixam
Porque a vida não termina na palavra
As peças continuam mudando a forma

Vou continuar insinuando frases
Formando versos inversos
A rima busco com a vida
Sou feliz assim

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terça-feira, 4 de agosto de 2009

VIAGEM À LUZ DE VELAS

Olhando pra fumaça desvairada que sai do meu cigarro, pensando em ti.
Imaginando se estás com a outra ou se comigo no pensamento.
Sozinha no meu quarto escuro a vela trepida e dança na parede quase branca. E o vento frio que entra da janela corta um suspiro que de saudade me inspira. Fica mais silêncio ainda sem luz. A escuridão do pátio me assusta e a lua crescente me fascina e alivia. Sinto um medo quase nostálgico de estar aqui sozinha. Acendo outro cigarro que me faz companhia.
Agora ouço vozes no pátio do vizinho, surpreendido pela escuridão. Eu não.
Uso a lanterna que ilumina as letras que aqui escorrem e aguardo. Talvez com ela estivesse na TV, sem enxergar a fumaça do cigarro, sem escrever. Que bom que não tem luz. O fogo do isqueiro quase queimou meu cabelo, sem noção de distância entre a boca e o cigarro.
Olha! Os vizinhos saíram pra rua como se vissem agora. Também não entendem a escuridão. Eu prefiro esboçar aqui com meus rabiscos a trajetória da fumaça. Uma graça. Quase faltando pilha na lanterna, tento imaginar se consigo escrever com a luz da vela. Trépida.
E acho a boca com o cigarro. Baforadas de silêncio. Escuto a falta de luz pensando em mim, em ti. Pena não estar aqui.
É diferente quando a luz se apaga sem pedir licença. Assusta, surpreende os sentidos. Amedronta a razão. Fica sem chão, quase cega. Por um momento pensei: é rapidamente elétrico o que acontece. A falta da luz.
Continuo olhando a TV sem movimento ou trançando os polegares pra ver se o tempo passa, ele passa. Agora dá vontade de continuar lendo meu livro de novo. A vela tá quase acabando, tenho que achar outra.
É silencioso demais ficar sem luz. Nem a da lua tem, só da vela acabando e a do cigarro. Ah, esta lanterninha tá me guiando.
A da vela faz contornos diferentes nas paredes. Contornos que nunca observo no meu quarto. Pensamentos que não me permito invadem esta penumbra. É outro ângulo de luz.
E as sombras dos móveis escorrem parede acima enquanto a vela diminui. Vultos imóveis que crescem. Fui permitindo que a vela se acabasse pra conhecer um pouco mais as sombras deste quarto. O silêncio estava insuportável e a escuridão abominável.
A vela era quase uma chama extinta, fui deixando. Queria ver até onde iria o silêncio do medo do meu quarto. Até onde as sombras me engoliam e se confundiam com a minha.
Outro cigarro, fumo mais no escuro. Seja por mais um ponto de luz. Seja a companhia, idiota. Seja a aflição de fazer qualquer coisa além de escrever enquanto não volta a luz.
Já nem é mais vela, é cotoco. Tá quase iluminando menos que o cigarro. Continuo deixando. Talvez supere o medo do escuro, do sozinho.
Eba!! Voltou a luz. Vou deixar a vela acesa mesmo assim.
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sábado, 1 de agosto de 2009

RINDO DO MUNDO (nº 1)

Quem disse que não rio do mundo??
Rio. E mudo o curso. Uma pessoa que escreveu sobre todos esses sentimentos aqui descritos tem que rir, e muito, pois viveu todos eles. Quantos jamais experimentaram estas emoções. Ou morreram cedo demais, ou nem viveram.
Tenho muita sorte. Angústias, amores perdidos, traumas, decepções, frustrações e perdas. Feliz, que as tive.
Dou gaitadas por ter amado o amor errado, mas também amei o amor certo pois durou um tempo, o necessário pra saber que amei. E mais ainda, fui amada. Como não sorrir. Houve troca de amores.
Como não rir das frustrações, as tive e ainda vou tê-las. Se as tive é porque tentei algo diferente. Se frustrei, não era esse o caminho. Tentarei outro então.
Decepções são inerentes. Elas existem, talvez eu tenha esperado aquilo que não podiam me dar. Talvez eu tenha dado menos que mereciam. O esperado pode ser diferente daquilo que dou.
Ah, os traumas. Quem não os teve. Uns em menor escala que outros, mas sempre existem. Depende de como os suportamos e convivemos com eles. Sabem quando dou risada deles? Quando vejo os traumas dos outros. Um abuso atrás do outro.
Perdas são perdas porque ganhos tivemos. E quando as perdemos, não somos suficientemente corajosos pra dizermos o quanto fomos egoístas. Porque elas dormem com a gente. Não era esse nosso plano. Eterno só na mente.
E a angústia, essa dói no peito, já o riso dói na barriga. Que briga. Ansiedade causa angústia. Surto de tanto rir, melhor que seja assim. Acho graça agora, porque embora tenha mesmo surtado tive sorte de ser quem sou.
Então, por ter sido tudo isso e mais um pouco. Ter morrido de amores. Ter tido decepções, frustrações, traumas inevitáveis e perdas irreparáveis, tenho que rir muito desta vida...por quê?
Porque simplesmente vivo.


E isso é um puta motivo pra gargalhar......e muito!!!
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