domingo, 28 de novembro de 2010

O Luto das Gavetas

“Jogar tudo fora e começar de novo é a mesma coisa que tentar reconstruir um avião em pleno vôo. Não se explica o que fazer com as vítimas no momento da queda”.
Confesso: tô sem tesão de escrever, de responder recados no orkut, no blog, no celular, e-mail, carta, pombo correio, sinais de fumaça, aff... só não dispenso um abraço.
Aquele negócio de sair do casulo, ser eu mesma e blá blá blá... não é tarefa fácil. Demorei pra confessar, até porque nem pra isso eu tinha “saco”. São transformações, que peço paciência a Deus e a vocês. Nem eu sei onde vou chegar. Nem eu sei quem vai restar. Só sei que tô em pesada transformação, mas a vida é isso né.. não sou estagnada, sou revoltada com a paralisia.
Mas, por favor, não me cobrem, já faço isso muito bem.
Outra coisa, anteriormente eu passava o dia inteiro na net. Podia falar com todos, conversar, confidenciar e ser confidenciada, hoje não. Aposentei, mas mesmo assim tento alguns “bicos”, sabem que salário mínimo não sustenta ninguém. Portanto, já não fico aqui o tempo todo. Minhas aspirações se transformaram e radicalizaram. Mesmo assim, pessoas me cobram o fato de não estar disponível.
Juro que estou, porém de forma diferente e mais centrada, ou não. Amo comentários no blog sei que “devo” respostas.
Tenho momentos de fuga, momentos de fome, de reflexão, momento só meu, aqueles que escrevo, outros que descrevo, de depressões, do respondo depois, do remember, do tô curtindo minha casa nova, tô caminhando, fumando e bebendo, dos florais e homeopatia, do pensando, do fugindo, do não sou poeta, do penso que escrevo, da culpa, da cobrança, do ficando velha e continuo adolescente, do “dexa pra depois”, do “desculpe o auê”..
Há também, momentos de apego, do desassossego, do aconchego, do bocejo e assim vai, momento a momento.
Sumida ou assumida, vezes me acho outras me perco, me off ou me on tanto faz.
Com certeza é um momento que ainda não consegui explicar pra mim mesma, sou assim, confusa e fujona, às vezes, mas volto. Eu não paro, eu me fujo, eu reciclo, eu renasço, eu escrevo e descrevo, eu penso (demais) e existo.
 Não sei se tenho fugido de mim ou pra mim. Só sei que tô apática e zen. Uma espécie de troca do virtual pelo real, coisa difícil, pois eu estava encravada neste mundo. A impressão que tenho é que quero sentar os pés no chão e tirar a bunda da cadeira.
São difíceis as conseqüências a que estou me submetendo em prol da mudança. Não devo estar agradando aos virtuais e aos reais ainda submeto a criticas e escolhas daquilo que me cabe. A mudança ainda não acabou.
 
Não pensem que está sendo fácil, apenas não tenho vontade de teclar.
Desde a minha revirada de gavetas, mudança de casa e aposentadoria (fechar minha empresa) até hoje, eu não tinha idéia das conseqüências. Hoje, em plena transformação, temo pelo resultado disso tudo. Não faço idéia da recriação, muito menos a quem estou me transmutando. Só sei que estou reciclando e, em pleno desabafo......  não sei o resultado.
Pessoas ditas normais não se prendem a mudanças, mas eu, como não o sou, me prendo. Virei em 180º, de cabeça pra baixo e do avesso, não esperem as mesmas atitudes... graças a Deus. Não é o primeiro e talvez nem o último renascimento.
Mas enquanto isto ocorre, prefiro ficar calada e quietinha. Tipo, no ventre me escutando, em comunhão, em profusão, me criando, renascendo, refazendo, reinventando, assustada, angustiada, entrando pra dentro de mim pra ver o reverso.
E em verso, quem sabe, eu transforme um poeta incrédulo em poeta de verdade. Carne e osso. Mente e coração. Alguém que simplesmente escreva o que realmente sente. E acredite nisso, não pelo que lhe dizem, mas pelo que sente na alma.
A revolta das gavetas mexe comigo, deixei uma bagagem pra trás que agora está me cobrando atitudes. É um luto o que estou passando e, confesso de novo, dói.
Certas mudanças reviram minha zona de conforto e quando me dou conta estou meio perdida, aturdida, no abandono daquilo que eu era. Mudança de casa, de estado profissional, de vizinhos, de caminhos, de atitudes, vícios, paisagens, de padaria, de rotina e de luto. Aí...
O conteúdo das gavetas foi mexido e remexido, incomodado e desacomodado, esvaziada deixando lacunas ainda incompletas, vazios e vácuos que precisam ser ocupados por novas descobertas.  
Mudanças sempre me desacomodam e mexem muito comigo, mais do que eu gostaria...  
Preciso enterrar alguns mortos para que eu saia do luto e então possa, finalmente, encarar as novas gavetas.
Tô perdidona nelas...
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domingo, 3 de outubro de 2010

PELE

Quero me vestir com a tua pele
E dela fazer meu porto
Atracar de vez e fazer um sonho
Quero travestir em mim tua tatuagem
E nela riscar meu nome

Entrar pele adentro pra nunca mais sair
Respirar você em cama e mesa
E no banho, me afogar em ti
Quero vestir tua alma
E dela, refazer a minha

Entrando em ti através da pele
Te possuindo como louca  
Acomodar teu ser no meu
Até que não se perceba a diferença das peles
Fundidas numa osmose inevitável

Como se eu mesma estivesse me tocando...
Tocarei tua pele sem perceber a diferença
Iguais e vestidas uma na outra
Respirando o mesmo ar
Sentindo a mesma sensação

Bocas que beijam a si próprias
Pronunciando o mesmo amor e desejo
Bendizendo apelidos em nome do amor
Buscando mãos em mãos entrelaçadas
Na apoteose em ritmo frenético

O gozo sedento da pele
Gritando eu ti amo na orelha
Juntando febris segredos na cama
Levantando os corpos em fúria
E caindo ofegantes pele sobre pele
Fundidas no mesmo ser.

(Isto é fazer amor...)
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terça-feira, 28 de setembro de 2010

MEU TOBIAS

Tenho um cachorro chamado Tobias. Que me segue e persegue dia a dia como se fosse uma sombra. Alguns o chamam de meu “cheira-bunda”, tamanha fidelidade do cão atrás de mim. Outros dizem que só faltam os óculos pra ficar mais igual a mim, como a um filho, tipo alma gêmea.
Tobias tem 15 anos, idade avançada pra cachorro. Seu olhar de pidão me leva a fazer suas vontades e ainda achar graça daqueles olhinhos. Fiel e companheiro, como poucos amigos que ainda creio possuir, o “cara” me conforta dos meus momentos mais solitários aos mais felizes. Tenho um amor tão grande por ele que me dói sequer imaginar o dia que não sentir sua presença comigo.
É marcante demais tê-lo ao meu lado por tanto tempo. Assim como será o dia em que se for. Sei que ele me ama incondicionalmente, me é fiel, me faz carinho, se faz presente na minha vida.
Literalmente roubei o cão da mãe de uma amiga, reclama até hoje a pobre senhora. Foi amor à primeira vista ou latida. Pequenino e amarrado pelo pescoço, me compadeci do bichinho e tomei (hem?) ele pra mim.
Ta aqui do meu lado agora, fiel companheiro. Levanta uma das orelhas quando chamo por ele, às vezes se faz de surdo e vira a cara quando se revolta.
Tem muita personalidade e vontade própria o bichinho. Na verdade acho que ele é quem manda no pedaço, eu obedeço.
Acham engraçado né.. eu também. Amo este cara, que quando adoeço é o primeiro a chegar, é o primeiro que se deita ao meu lado como que perguntando do que preciso pra sarar. Fica ali com a cabeça escorada nas duas mãozinhas (hã?) me encarando e pronto pra me fazer companhia.
Chamo ele de tudo em pouco: cachorrão (é pequeno), príncipe encantado, meu rei, meu dorde (lorde + dog), digo que ele é descendente do xeique de Agadir... aff.. sangue azul.
 E, assim vai passando nossas vidas em comum. Ele em idade avançada e eu na meia idade (Jesus!) num companheirismo sem igual.
Tobias me faz brincar quando quer comer sua ração, tenho que fingir que a como também. Rouba minhas meias e as deixa babada, faz a maior festa quando entro em casa apesar de ter ido ali na esquina comprar cigarros.
Como na fotinho aí do "ladinho", fica na janela esperando eu voltar, o tempo que for necessário. Este cachorro me ama, eu mais ainda e os vizinhos acham graça da carinha de barba branca esborrachada no vidro da janela.
Desconfio daqueles que não gostam de cachorro, não me parecem pessoas confiáveis. Assim, como aqueles que não suportam as crianças.
Buenas, hoje acordei com vontade de confessar meu amor pelo meu companheirinho. Assim, vocês conhecem um pouco dos amores que tenho.
Ah... tenho três filhos-dogs, outro dia falo das meninas.
Falando nisso, você tem cachorro? Não? Adote um então, vira-latas são tudebom. E, infelizmente nosso mundo ta cheio de gente que os abandona ou os maltrata. 
Gente má.
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domingo, 12 de setembro de 2010

ENGANOS CONSENTIDOS

Haja enganos. Eu os tenho e, cá entre nós, você também. E porque não os teria se somos humanos. E, em sendo assim, erramos. E ponto.
Que ponto que nada. É no ponto que a história começa. Ou termina..
Sou vitima de mim mesma. Ta, eu explico.
Sou pessoa fácil, beirando a idiotice ou a ingenuidade. Tão fofa. Ah, não esquecendo o detalhe: pisciana. São tão sensíveis, chega dá nojo. Acreditam nas maiores besteiras e em conto de fadas. Aí.. como eu queria ser diferente. Só nascendo de novo. Isso vai ter que esperar a próxima encarnação, tomara existir realmente. E que eu venha pouco mais realista, prática, pé no chão, acordada dos sonhos de fada e menos sensível. Provavelmente não terei um blog como este.
Que mulher fácil de beber, fumar e de se apaixonar. Não to falando só de vícios, são manias. Maniazinha de querer ser feliz, vejam só. Mania de se entregar de copo e alma.. ops corpo e alma. Também não to só falando de amores. Incluo aí , as amizades. Ah, que bela forma de amar. E eu amo, intensamente.
Busco alma gêmea em, praticamente, tudo que se mexe e dê sinais de carinho. 
Que fofa pessoa.
Sou daquelas que chora por músicas românticas, chora por amores fantasiados, por uma mão não estendida, enfim... beirando a babaquice.
Tem vezes que me odeio por ser assim, tão panaca. Outras, até amo por ser uma pessoa legal, politicamente correta, pagadora de contas (tento né) um serzinho amado e que ama.
Engano é uma certeza que não deu certo. Mas, também não deixou de ser uma tentativa.
Troco as fases da lua, assim como as minhas. Às vezes sou alguém, noutras ninguém. Tento escrever uma coisa e desatino em outra. Entro em ruas que já conheço e dobro esquinas retas, quando na verdade queria errar de rua e tropeçar em esquinas desconhecidas.
Esbarro em pessoas que nunca vi, deito na cama com elas e acordo com gosto do amargo de enganos consentidos. Subo no muro e de lá tento enxergar pra onde eu fui.
Bebo uma taça de vinho e na tela rabisco as lágrimas contidas e arrisco uma frase. Tenho um tanto de mim que não conheço e outro que ainda não acertou o beijo. Magôo tanto quando estou perdida, nasci assim. Você não vai conseguir me entender, nem eu consegui.
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

PERDAS E DANOS II (mais um desabafo)

Uma das músicas que ela amava...

vai aí o link: http://www.youtube.com/watch?v=F0-Kv1k41Kw
Tenho uma dificuldade de inserir vídeos...aff
Saudade de mãe é um sentimento que não tem fim. Não preenche jamais. É um vazio constante na alma, uma ligação sem precedentes. A gente precisa é aprender a conviver com a falta, com a ausência dela. Confesso ser muito difícil tal proeza.
Até hoje, me pego tentando ligar pra alguém quando quero partilhar minhas alegrias ou tristezas, vitórias e derrotas. Sei muito bem pra quem. Daí sim dá um vácuo na gente, porque sei que não vou preenchê-lo. 
Não vou conseguir transpor o sentimento de saudade que chega doer na alma.
Concordo, mães são chatas. Nos enchem de conselhos, casaquinhos e guarda-chuvas. Agora, tenta ficar sem ela. Quem vai te encher o saco com isso? Quem vai dizer que você ta bebendo demais, fumando, dormindo tarde, que você precisa casar e ter filhos, ser honesta e digna, cuidar mais da saúde, ser gentil e educada e blá, blá, blá....quem??
Não é que esta data me faça lembrar mais dela, lembro sempre, não tem como não lembrar. Mas hoje, faz com que eu me sinta mais vazia. Mais sem norte, sem chão, sem mãe. A data confirma mais ainda a dura realidade.
São três anos de uma partida rápida, sem aviso prévio, sem preparação psicológica. Mesmo sabendo que isto não existe, nunca estamos preparados.
Mãe é alma da alma da gente. Deus leva sem perguntar se queremos, se aceitamos a falta, se estamos preparados... simplesmente leva quando acha que já cumpriu sua missão. Achamos que não.
É como arrancar tua pele e deixar tua alma desnuda dela. Como se agora, nossa alma tivesse que andar sozinha e sem proteção. Não é não. Ela tá lá, ti olhando sim.
Sentimos a falta do abraço, do cheiro, da voz, dos conselhos, das cobranças, das rugas, do sorriso e das broncas, do telefonema, dos almoços de domingo que só as mães sabem preparar, da perseverança de manter a família unida, da mãe da gente.. de poder pronunciar esta linda palavra, “mãe”.
É o colo que vai fazer falta por toda nossa vida.
Obrigada Deus, pela mãe que nos deu. 

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

VOCÊ!!!


Sabendo ser você quem espero há tanto
Me espanto te beijar e te tocar
Como se fosse impossível se afastar
Feito uma louca, te respiro em mim
Pronunciando meu amor em suores

Que pudores são esses que nem sei
Só rapto tua alma juntando à minha
Calo tua boca na minha e sugo
Teu calor que nas mãos descubro
Que escorre teu corpo misturando os desejos

Nossas sutilezas se procuram em valsa
Como dança que cansa e descansa
Bocas que revelam segredos confessos
Desvendando mistérios que guiam nossas mãos
Em ti, em mim, em nós buscando arrepios

Olhos que se penetram passivos ao amor
Descobrindo a verdade sobre nós
Corpos que se acham perdidos
Revelados ao toque da entrega
Total e sem volta.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ENGANOS


Engano que fui
Engano você
Dos enganos, carrego a bagagem
Mas você, foi desengano
Foi desencanto

Engano a vida
Pra que o tempo não me leve
Ou me carregue
Sem cumprir a que vim
E sucumbir em mim

Traço meus enganos sozinha
Dobro esquinas e como ruas
Deito no banco da praça
Olho a lua, os pássaros me voam
E cagam na minha cabeça, por engano

Engano a morte com a sorte
Levanto do banco e em branco
Vejo a vida passar, não vou deixar
Vou colorir minha paisagem
Porque dela sei eu, mais ninguém

Das cores dos enganos, faço arco-íris
Sorrio pras cores que formei
Pincelando o quadro
Criando esquinas dobradas
Solitárias e amassadas, por engano
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DOCE INFERNO


Meu doce inferno
Que não conhece a si mesmo
Tens medo de mim em ti
Teus olhos mentem
O que tuas mãos querem

Tua boca implora
O que tuas palavras escondem.
Meu doce inferno
Que apareceu devagarzinho
E explodiu na saudade.

Teus braços agarram lugares
Que teus pés não querem estar
Meu doce inferno
Que faz das palavras hipocrisia
Faz do desejo insensatez
Procura o longe que está perto

Meu doce inferno
Que as mãos procuram o nada
Enquanto os sonhos perseguem o escuro
Enganando a realidade
Mentindo a verdade.

Meu doce inferno
Que de sonhos criei
Que em fantasias inventei
Que nas mãos desejei

Só que agora...
Meus pés me carregam
E meus olhos enxergam
O doce inferno que amei...
 
(escrevi não sei quando...)
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sábado, 7 de agosto de 2010

ASSIM SOU...


Pior que sou assim mesmo
Vezes sumo
Outras assumo
Vezes desapareço
Pra reaparecer

Porque não ser
Aquilo que sou
Se sou..
Não cobrem
Eu mesma cobro

Às vezes dia
Outras a noite
Às vezes mulher
Outras a maçã
Mordida

Assim sou
Mesma em mim
Procuro o eu
Que sou
Porque sou assim

Esta sou eu
Não entendam
Abracem
Leiam
E, se possível, amem...
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domingo, 1 de agosto de 2010

A VIDA É UM RISCO

E eu rabisco memórias que fiz
Através de noites escuras
E dias amanhecidos em mim
Refazendo amores que perdi
Das vidas que já conheci
 
É um risco o ser vivo
Mas não o ser nos deixa tão mortos
O risco maior do amor é amar
Mas não amar nos deixa vazios
Risco riscado com dor ou amor
 
Rabisco minha vida
Risco torto ou retilíneo
Não importa, vale o risco
Ele não é infinito
É formado de pontos
 
Como se fossem instantes de vida
Que somados formam um risco
Uma linha de vida
Importante arriscar o risco
Que se acaba num ponto
 
A extensão da linha nem vai importar tanto
Sua densidade é a nossa passagem
Que compramos sem conhecer o ponto final
Mas que cada estação seja um ponto feliz
Pra que a linha não se forme em vão.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

REFAZENDO AS GAVETAS

Texto escrito enquanto abria as gavetas físicas de minha casa, fato que ocasionou a abertura de praticamente todas as minhas gavetas internas. E isso, me fez viajar por todas as estações que passei até hoje. Foi uma viagem solitária, mas recheada de lembranças que já nem lembrava. Como se fosse um filme, revi quase toda minha vida. Foi um momento de recolhimento necessário em que quase abandonei meu blog, agora reconstruída retomo aos meus escritos e a importante companhia de vocês. É o recomeço de uma nova jornada em que assistiremos juntos em que o meu vôo me transmutou.

Vamos ao texto:

Não pensei que eram tantas muito menos que fossem tão profundas as gavetas da minha casa. Há dias estou abrindo e limpando gavetas, armários e afins.

As gavetas me engoliram, me sugaram. Por isso, quase não tenho vindo aqui. Fui tão completamente sugada por elas que lá fiquei, só sentindo. Cai de boca nas gavetas e revejo minha vida em papéis amassados, bilhetes de amor que já foram, contas que paguei, desenhos de crianças que já cresceram, bijuterias envelhecidas, uma história de vida que nem lembrava mais.
As mudanças que falei incluem casa e profissão. São demais, mas necessárias. De tempos em tempos isto ocorre em mim, viro a mesa e reviro gavetas. E, nessa limpeza que faço parece que revejo minha vida quadro-a quadro através das gavetas, como se fosse um filme.

Fui obrigada a convidar a solidão pra me ajudar, só ela podia me acompanhar nessa excursão. Já chorei e já sorri, a nostalgia das lembranças são pesadas às vezes. Outras, nem tanto, se apegam na alma e embalam recordações de uma existência vista e revista com o carinho da vida que vivi.

 
Revejo uma bagagem de causar inveja naqueles que não se permitem sentir. Eu sinto e vivo aquilo que sou e minhas gavetas estão despejando as lembranças agora em mim. Que vivência linda encontro nelas e orgulhosa me desfaço de algumas que já passaram do tempo de validade para dar lugar às outras que me atropelam nessa virada.


Faço tudo isso sozinha porque são minhas as lembranças, a quem elas me lembram o carinho me invade e emana a emoção de ter vivido. A dor que às vezes sinto é adocicada pelo desgaste do tempo. Vale apenas o ter vivido e isto estou separando uma a uma pra levar pra casa nova. Estou separando os pedaços de minha vida em caixinhas, escolhendo as que levo das que me despeço.
Deixo algumas na casa velha que não é minha, pra que tenha espaço pra outras na nova morada. Retorno ao que me faz feliz, trazer de volta a jornalista que sou. É mais que um pulo onde sei que o pára-quedas vai abrir. Tenho me despido de mim mesma, arrancando a pele velha para que a outra me substitua. A cada gaveta que limpo sai um pedaço, são partes desnecessárias ao novo caminho.

.
 Arranco a própria pele e nua de mim refaço minha alma. Despida do velho pra que o novo me chegue. Quero novas e limpas gavetas pra meu novo recomeço.Desfazer-se dos pedaços é como arrancar a pele pra que outra me revista e então sair do casulo e poder dar a vida a uma nova borboleta.

PS: peço desculpas aos amigos que comentaram aqui e não respondi, minhas gavetas me engoliram...
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sexta-feira, 2 de julho de 2010

QUERIDOS AMIGOS

Tenho vindo muito pouco aqui em função da minha mudança de casa (ficou linda!). Pior que isso, não tenho visitado vocês.
Na minha exaustiva limpeza e organização encontrei este pequeno papel aí de cima e fiz questão de escanear e postar. A frase reflete muito bem o que está se passando comigo nas "mudanças" a que me propus. Já usei a mesma frase em outros saturnaços da vida e que não foram poucos. Coincidentemente o achei escondidinho em algum lugar e me caiu muito bem para o momento atual.
A mudança de casa ocorre neste domingo e amanhã já fico sem net. Voltarei assim que me encontrar entre as caixas na nova morada, extremamente feliz e cheia dos escritos sobre as coisas que encontrei nas minhas gavetas.
Jesus... foi mais de um mês em retiro total com minhas lembranças. A vida é maravilhosa!!
Bjus a todos.
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domingo, 13 de junho de 2010

BLACK PIXEL PROJECT

Ok pessoal... sei que to meio afastadinha. Mas são bons os motivos, to dando um “saturnaço” na vida de deixar até porco espinho de cabelo em pé.
Buenas, mas isto tudo vou explicar em outra ocasião. Por favor, perdoem minha ausência nos blogs de vocês (e no meu..). Peraí que já to voltando..
O assunto agora é sobre o meio ambiente. Há tempos tenho assistido a um comercial na televisão sobre o Greenpeace, falando sobre o black pixel. Chamou minha atenção e resolvi entrar no site. Fantástico o que se pode fazer com um quadradinho preto na tela do computador.
Resolvi postar sobre o assunto pra vocês, porque se cada um de nós aderir à campanha teremos uma economia de energia sem precedentes. Imagina só, a blogosfera “tudin com quadradin” na telinha do PC.
Já aderi e tenho um na telinha, confesso que estranhei, mas quando comecei a ler a equivalência dele (mostra a economia que estamos fazendo quando encostamos nele) comparada a economia de energia fiquei orgulhosa do meu quadradinho aqui. Tem até nome... quadradin!! Ah, e você pode movê-lo pra qualquer lugar da tela.
Deixei o meu na mesma posição desta imagem aí de cima.
Vai lá no site http://www.greenpeaceblackpixel.org/
e assista este vídeo aí... é bem rapidinho e você vai ajudar o nosso planeta.
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domingo, 6 de junho de 2010

SOLIDÃO, VAI PASSAR

Perdoa minhas lágrimas que empapam o travesseiro
É só minha solidão me chamando
Cruel e nefasta que me afasta de mim
Solidão, teu nome é só
Me faz chorar e rezar, de cara na cama

Me faz fugir de mim, tentando outras
Estou só aqui e choro, imploro amor
Um amor que ainda não conheço
Nem reconheço, porque não sei
Não sei quem vem, quem vai

Só sei que choro, tanto
No travesseiro
Meu único parceiro e confidente
Sorridente me afaga e adormeço
Acarinho eu mesma

É solidão se acarinhar
Triste e deprimente
E minha mente.. mente
Diz que vai passar, passando a vida
E afago o cobertor me aquecendo em mim

Encontro das lágrimas que me correm
Justifico meu pranto num canto
No calar da noite me grito
Imploro um amor sem dor
E no abandono me possuo.
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

AFAGOS

Ganhei o lindo presente da Silvia do Meu Lado Contido. Valeu amiga. É o seguinte, tenho que dizer o que é mágico pra mim e ilustrar o dito. Lá vai então..

Mágico é a vida, é viver bem consigo mesma e com aqueles que se ama. É mágico pra mim, escrever minhas gavetas. Deus é mágico na minha vida, pois é Dele que tiro forças para ser feliz. Mágico, também, é acreditar em milagres e eu creio neles. Neste momento, minha vida é uma magia de transformações. E a minha magia maior: a família e os amigos que Ele me deu.

Ofereço, com muito carinho, a minha querida amiga Lis, do Flor de Lis.

Mais um da Silvinha querida:

Regras do Selinho:
1 - Responder a pergunta: O que eu faço para manter o estilo do blog, sempre autêntico, sempre novo e único?

O estilo é muito próprio de cada um de nós. Somos nossos blogs. E, sendo uma pessoa transparente na essência, indubitavelmente o Gavetas é autêntico por natureza... a minha. Não agrado a todos, mas sou o que sou e isso faz do meu blog autêntico, assim como eu.

2 – E este vai para: Renato Orlandi, meu amado do Rê Confessions.

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

UM ANO ABRINDO GAVETAS

Era só um desabafo, para amenizar a Síndrome do Pânico que me assolava. Como quando eu era criança, aos 12 anos, e tinha um caderno de escritos. Escrevi poemas como uma louca, mas me descobriram e leram tudo. P.. da cara rasguei as páginas, escondi numa gaveta e acabei com o caderno.
No passado, não gostava que me lessem.
Cresci (1,56 cm), casei-separei, namorei, namorei, casei-separei, me formei, trabalhei, trabalhei, trabalhei que nem burro de carga, adquiri a SP, aposentei (fortuna) e fiz um blog. Resumi 53 anos em duas ou três linhas, se contar tudo vai faltar espaço.
Daí certo dia, descobri uma comunidade no orkut que dizia: Faça da SP sua aliada. Bingo. Resolvi fazer um blog, e amigos me deram uma força legal.
Achei meus antigos escritos escondidos numa gaveta obviamente, abri e comecei a postar no dia 27 de maio do ano passado. Não satisfeita comecei com os novos escritos, e fui agradando alguns amigos de fé (pra não dizer, puxa-sacos... rsrsrs).
Assim nasceu o Gavetas da Lídia.
Na solidão, com muito medo (de tudo), perda da mãe e separação, mas sem desistir de mim resolvi voltar a escrever. Há anos não arriscava, não que eu escreva tão bem assim mas o ato ajudou a botar os demônios pra fora.
Profissionalmente infeliz, fazendo um trabalho puramente técnico e jornalista de formação e coração, não me restava outra coisa a não ser procurar “minha turma”. Achei vocês.
Com os prêmios que recebi, fui sendo mais acessada e fazendo seguidores (amigos) que já beiram os 100 e com mais de 2.000 acessos.
A qualidade dessas pessoas é que mais me encanta.
No inicio, escrevia poemas intimistas e sobre meus abalos. Tempo passando e fui me abrindo para crônicas do dia-a-dia e revoltas sobre as agruras que sofremos.
Era o Gavetas crescendo comigo ou o contrário...
Cada texto é um filho e cada comentário um presente. Dos amigos que aqui faço, uma benção de Deus. Só sei dizer que transformei minha vida neste espaço.
Meu divã, meu mundo, meus amigos, parceiros, meu confessionário, meu choro e meu riso, meu deslumbre,
meu diário, minha conquista, o meu levantar, o sair do fundo do poço...
Meu blog foi a mola no fundo do meu poço. Não é só ele que ta de cara nova, eu também to. Tudo isso devo grande parte a vocês que me lêem, porque hoje quero que leiam, quero ser desvendada, redescoberta, reinventada, realinhada e amada pelo que realmente sou.
Escrevo aqui a Lídia guardada em gavetas e as abro com todo meu coração através da palavra, através de confissões às vezes veladas, outras nem tanto, vai depender do olhar de cada um.
Há um ano renasci aqui e nunca fui tão feliz abrindo minhas gavetas pra vocês, meus amigos leitores. Só posso dizer uma coisa, OBRIGADA POR ME LEREM.
Beijo com muito carinho a alma de cada um de vocês e agradeço a Deus por tudo.
PS 1: De novo Lidia Ferreira presenteou o Gavetas, agora com estes dois lindos selinhos aí do ladinho. Obrigada amiga querida.
PS: 2: Outra amiga carinhosa, Silvia do Meu Lado Contido, criou este maravilhoso selinho também ao lado e que estou usando na imagem do post. Valeu amada.
PS: 3: Completamos os 100 seguidores hoje, sejam todos bem vindos no meu coração. Presentão de niver hem...
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domingo, 23 de maio de 2010

DELICADO AMOR

Pele lisa e encantada
Pelo sopro da vida
Que percorro com as mãos sedentas
Dedilhando teu corpo
Insinuando tua boca
 
Perdida em mim
Busco o sopro da noite
Tua tatuagem me confunde
Teu brilho me cega
Teu cheiro me engana
 
A música eleva o transe
E me enrosco no teu corpo
Buscando o gozo,
Encontro o gosto
Te rapto em mim
 
Teu cabelo me esconde
Tuas mãos me acham
E no grito
Chamo teu nome
E gozo

Saudade de dizer.. eu ti amo.

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

VIVA A LIDIAAAAAAAA!!!



Não, não to gritando pra mim mesma.
Nem sou narcisista.
Quero é agradecer a minha amiga e xará Lidia Ferreira, do Cor de Rosa Choque, que me presenteou com este lindo template e ainda ajeitou tudin pra mim, que confesso: morria de medo de mexer e fazer uma grande cacaca.

O motivo do presente?

É que o Gavetas ta fazendo 1 aninho no próximo dia 27.

Demais essa guria né.. Mãe, esposa, blogueira, amiga de verdade, promove uma enquete muito legal entre nós através do You’re Simply The Best e ainda arruma um tempinho pra este carinho. Obrigada minha querida, pela demonstração de afeto.
Que mais pessoas sigam este exemplo tão bonito não só na blogosfera, mas também nesse mundão de Deus.

Bju muito sincero nessa alma encantada.

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

ACREDITE SE QUISER!

Dentre essa porrada de e-mails que recebemos diariamente, um em especial me chamou a atenção... e muito. Explico:
Não é só mérito meu, mas trabalhei 30 e tantos anos de minha vida, honestamente. Fiz de tudo um pouco, desde técnico em eletrônica a, finalmente, jornalista. Passei por estágios até chegar a cargos de chefia, o que quero dizer é que fui de módicos salários a pomposas rendas.
E repito, tudo dentro da lei.
Finalmente, há uns meses atrás me aposentei... ebaaaa. Ta brincando né Lídia.. Depois desta vida trabalhada honestamente em várias empresas, ter estudado até o terceiro grau numa universidade particular (caríssima), aberto uma empresa que vingou por quase 13 anos, onde meus cabelinhos brancos pularam como se fossem pipoca (pinto-os, não sou maluca né), ter pagado inúmeros e repetidos impostos para sustentar as cuecas dos políticos safados e adquirido estresses que me custam remédios até hoje. Tudo isto, pra viver dentro da lei e dos padrões estabelecidos pela sociedade.
Dito isto, até como um desabafo, depois desta vida de trabalho honesto, me aposentei com a fortuna (morram de inveja) de UM salário mínimo!!!!!!!!
Toda esta explicação é pra mostrar pra vocês o que nosso amado governo concedeu aos presidiários.

Se você resolver virar bandido e for preso:


DESDE 1º/1/2010 O GOVERNO DÁ O
AUXÍLIO RECLUSÃO ???

Ok, NÃO É PEGADINHA NÃO.

Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa que, é de R$798,30 "por filho" para sustentar a família, já que o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos por estar preso.

NÃO ACREDITA?

Confira no site da Previdência Social.

Portaria nº 48, de 12/2/2009, do INSS http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22

Agora, experimenta estudar e andar na linha pra ver o que é que te acontece!

Pelamordedeus, se por um acaso esta informação estiver errada, por favor, me corrijam (eu adoraria estar errada, neste caso).

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