segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O AMOR NÃO TEM ROTEIRO

Simplesmente pinta, a vida de cores. Cai no nosso colo sem prévio aviso. Tem vezes que começa no fogo, numa simples amizade ou a primeira vista. Quando nos damos conta, pimba...aconteceu. Amamos.
Já me aconteceu, mais de uma vez. Pessoa de sorte eu. Quando acaba fica com gosto de quero mais. Amor.
A paixão é como pegar um trem desgovernado. O amor é quando você compra o bilhete com destino certo, a felicidade eterna. “Que seja infinito enquanto dure”, já dizia o poeta.
Na verdade, nunca se sabe como, onde ou por quem. Quando menos se espera tem alguém sentado no teu coração balançando as perninhas.
Ficamos bobos.
Já quando não se tem amor, queremos sim. Não venha me dizer que não, que eu me basto, to bem assim sozinha, antes só do que mal acompanhada...blá...blá...blá. Pra mim, isso é papo de quem não quer admitir que precise de amor. Ora bolas, todos querem. Eu quero. Quem não quer.
Mas quero sem roteiro, sem pressa de terminar. Que chegue num olhar, num aperto de mãos ou até por e-mail. Mais cibernético.
Na verdade, não existe roteiro. O amor surpreende. Se houvesse um plano, seria falso.
Quero aquela coisa que emerge da paixão, vagueia pelo corpo e acaba impregnando o coração. Viaja palmo a palmo pelo corpo acariciando todos os sentidos, buscando prazeres nunca visitados. E que, depois de vistoriar todos os recantos, descanse ofegante no meu peito.
Quero que meu dia passe longo na expectativa de te ter de novo. Que meus pensamentos delirem pela noite anterior, lembrando passo a passo todo o prazer que proporcionou ao meu corpo suado.
Que eu rasgue todos os roteiros até agora apresentados, que eu enlouqueça no mesmo trem com bilhete comprado. E que meu destino seja uma estação abandonada onde só nós conhecemos, lugar secreto e lúdico com cheiro de cama e coração.
Quero um amor com direitos autorais, onde o destino escreve a sua parte no encontro das almas e ninguém pode roubar de mim. Sem roteiro porque a vida se impõe e transforma nosso construir de dias em um livro onde as páginas se escrevem por si só. Simples assim.


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