terça-feira, 11 de agosto de 2009

ENQUANTO ESCREVO, OBSERVO MINHA MÃO

Bonita não?
Ela é a minha esquerda. A minha direita.
Extravasada, porém desvairada. Louca em busca do tudo ou nada. Sempre perseguindo palavras ou páginas em branco, seguindo sonhos. Assassinando realidades.

Que duas!
Duas pessoas, duas cúmplices. Se tocam e se mexem feito um balé. Se amam e se beijam como duas amantes. Uma não vive sem a outra. Que outra. Que uma.
Elas se conhecem há tantos anos, mas se descobrem a cada novo momento. Como se nunca tivessem se visto.
Uma trabalha muito, inquieta e sempre em busca do novo. A outra fica na expectativa de romper com o velho, buscando coragem naquela que deita com ela.
Que duas. Que mãos. E o corpo que separa as duas ao mesmo tempo precisa. As duas sussurram palavras, esboçam frases tentando formar sentenças. E as letras, uma atrás da outra buscam versos uma na outra.
E no lençol branco, se encontram coradas de paixão. Como se fossem duas amantes envergonhadas de tesão. Tentam dissimular uma conversa amena de bar. Tentam disfarçar a vergonha de amar. As duas voltam pra cama branca da noite, bulinando uma na outra buscando orgasmos solitários e silenciosos. Gritando frases desconexas, formando sentenças culpadas de amores, esboçando silêncios e revelando segredos através de dedos decepados pelas dores de escrever teu nome em linhas que nunca se encontram.
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