sexta-feira, 13 de novembro de 2009

VIAGEM À LUZ DE VELAS Nº. 2

Putz, faltou luz número dois!! Já notaram né? Falta luz, eu escrevo. Também pudera, há mais de 20 dias não postava nada. Tenho três textos na incubadora (nome que dou ao diretório que guardo textos mal resolvidos) nada me agrada, nenhum concluo.
Aproveito agora. Hoje, fiz do cinzeiro um castiçal. E pior, lembram da lanterna do primeiro texto? Esqueci de comprar as pilhas...kkkk
A luz tá fraquinha, então vou aproveitar enquanto posso.
Pois bem...
O entardecer foi tomado por um vento furioso que trouxe consigo pingos enormes de chuva. E sem luz, sentei novamente na minha cama e comecei a escrever. A diferença daquela vez, é que hoje chove “copiosamente”. Relâmpagos e trovões assustadores e atrevidos.
O céu está vindo abaixo em forma de lágrimas.
Outra diferença, estou com dor de cabeça e tentando disfarçar um ataque de ansiedade. Respiro fundo, tentando evitar outro Rivotril - pra quem não sabe, é um calmante. Sou forte, vou continuar escrevendo porque isso ajuda a me conter.
Voltando a chuva, aos relâmpagos e aos trovões que também estão nervosos, vou dar um Rivotril pra eles...kkkk,
sem graça isso.
Buenas, parece que hoje a luz vai demorar muito para voltar. Pelo menos, foi o que entendi quando liguei para companhia elétrica e disseram: “estaremos enviando” uma equipe para o local daqui à uma hora e meiaaaaaaaa!!!!! Jesus, que estrago a chuva tá fazendo hoje, pensei.
Sendo assim, posso gastar o restinho das pilhas da nossa lanterna companheira, as velas que ainda tenho em casa e aproveitar o tempo até para fazer minha autobiografia.
Nem telefone toca numa hora dessas para me fazer companhia. Sou obrigada a conversar com o Tobias, meu cachorro. Já estava esquecendo, é claro que to fumando. Um monte.
A chuva é tamanha, que às vezes os relâmpagos iluminam meu caderno (só assim mesmo pra usar este método né) mais que a bendita lanterna. Até gosto, o problema são os trovões que vêem depois, muito barulho.
Foi até aqui que escrevi, naquela noite. Depois, a ansiedade tomou conta de mim e, se bem me lembro, liguei para alguém em busca de companhia. Ainda pensei, depois vou recordar como terminou a noite que demorou tanto a se iluminar.
Continuei sentada, larguei o caderno, fumei muito mais, disfarcei uma conversa amena ao telefone, proseei com meu cão – que aparentava mais calma do que eu. Deu nervoso de novo, resisti ao remédio, rezei mais um pouco, abri a janela da sala, vi uma tremenda escuridão iluminada intermitentemente pelos raios, a água da chuva alagava meu pátio, fechei a janela que os pingos invadiam, voltei pro quarto e o Tobias me seguia. Ufa!
As pilhas acabaram e a vela sucumbiu na escuridão, sentei novamente na cama e ouvi a gritaria da vizinhança festejando a volta da luz.
Escapei ilesa da escuridão, mais uma vez.
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