quarta-feira, 24 de março de 2010

CASULOS ROMPIDOS

Casulos que me abrigam
Enquanto aguardo a mutação
Que das veias vão surgindo
Como traços finos da paixão
Ferventes óleos me lambuzam
Prevendo a transformação

Rompendo a casca surge tão bela donzela
De corpo reluzente e refinado
Cheirando borboletas azuis tom sobre tom
Com mãos macias que acariciam o ar
E lhe pousam beija-flores no rosto

Sinfonias ao longe anunciam sua vinda
Mortais reverenciam sua realeza
Que do chão temem erguer sua face
Com medo de perderem-se naquela magia
Que do manto se ergue à majestade

Mulher seu nome de criação
Anatomia divina que procria
Que de si sai seu eu maior
Suas entranhas criam paixão
Enquanto aguarda a mutação

Divina mulher transmutada em mim
Que do ventre tira a força de ser
Transgride a si mesma pra voar
Mistura as cores da chuva e do sol
E se transforma num arco-íris sem fim

Mulher ilegal que ama semelhante
E do semblante se eterniza no caos
Que no seu corpo semeia a si mesma
E os olhos transbordam em borboletas
E do casulo explode em orgasmos e emerge
Em completa selvageria terna e sensual
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