domingo, 13 de novembro de 2011

Café da Tarde


Arrumei a casa bem bonita
Pus enfeites com fitas
Amarela, azul, vermelha e verde
Formei um arco íris pra ti esperar
Gotejei água no sol
Pra ele criar

Pus à mesa um bom café com açúcar
Pra adoçar teu perfume
Pães e rosquinhas pra saciar
Manteiga e chimia pra contrastar
E um pão quentinho a ti esperar

Toalha de renda bordada à mão
Xícaras de porcelana que eram de minha mãe
Com um pequeno fio dourado na borda
Formando delicados desenhos
Preparados pelo coração

Espalhei as flores pela casa
Margaridas e flores do campo
Alegrias que sentia, olhos que brilhavam
Coração palpitava orações e segredos
E enquanto a tarde caia

As flores murchavam
E você não vinha
Separei os doces
Juntei os pães
Retirei a toalha
Guardei as xicaras
O café esfriou
O leite coalhou
Coração disparou
Caiu a noite
Caiu..

2 Comentários:

Calu Barros disse...

Embora a frustração esteja presente, os tocantes versos derramaram na toalha teus cuidados, teus carinhos...Tolo quem os perdeu!
Bjos,
Calu

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Que pena!!! Não sabe o que perdeu...

Que bom, "rendeu" uma linda posesia, ainda que triste. Isso acontece, mas nem porisso, se de dsiste de repetir um novo "ritual" para um próximo Café da Tarde!'

Também tenho gavetas à moda das suas...Assim, gostei do que li por cá...

Um abraço,
da Lúcia