Difícil e doloroso.
Especialmente pra mim, que apesar dos anos ainda não pratico isso muito bem. O
desapego é uma pratica saudável e necessária, porque ninguém consegue carregar
tanta bagagem ao longo de sua existência.
Nossas experiências são nossas
vidas. Aprendemos, sofremos, somos felizes, construímos, amamos, desamamos,
compramos, criamos filhos, amores e amigos, e assim vida afora. Colecionamos
objetos e sentimentos em nossas gavetinhas empoeiradas pelo tempo. Não que
todas as pessoas sejam assim como eu, existem aqueles mais práticos e objetivos
que não se prendem muito a isso, conseguem livrar-se dos conteúdos indesejáveis
conforme vão vivendo. Sinto uma certa inveja dessas pessoas que praticam o
desapego como quem troca de roupa.
Tão mais fácil viver assim.
Como carregar tudo isso num
só coração? Impossível. Seria dolorido e pesado demais.
Pra que a vida seja mais
leve, precisamos e devemos praticar o desapego. Não basta limpar gavetas e
guarda-roupas, doar o que não mais usamos.
Confesso que tenho um
problema seríssimo com o desapego, não consigo “me livrar” daquilo que amei e
curti. A pessoa tem que ter muito discernimento e bom senso pra poder garimpar
o que vale a pena conservar em suas gavetas ou no seu coração. Tarefa nada
fácil pra mim, como já disse. Se coubesse, guardaria tudo que me foi
importante, cada momento, cada amor, cada pessoa..
Desapego eficaz é aquele em
que você joga fora o objeto do apego e não se lamenta depois por ter se livrado
dele. O que, confesso, não é o meu caso.
Porém, parece que o dia do
livramento tá chegando. Bendita terapia que tem me ajudado a colocar na balança
o que deve ou não ficar guardado e em que gaveta.
São escolhas necessárias ao
meu coração, organizar e priorizar quem e o que fica guardado. Livrar-me
daquilo que incomoda e paralisa, organizar ou descartar aquilo que não me faz mais
feliz.
Cheguei num ponto em que
guardava tudo, sem seleção nem prioridade. Sem me valorizar, amava aos outros mais
do que a mim. Deu né?! Então resolvi praticar o tal desapego, fazer a seleção,
separar e reciclar.
Tenho pra mim, que não é
tarefa fácil e indolor, pelo contrário, requer muito desprendimento e força de
vontade. Pra isso, comecei a me perguntar.. isso ou aquilo me faz bem? To
melhor com ou sem?
Há pessoas que já estão me
estranhando, objetos que também estão se atirando das gavetas, fotografias
ficando ruídas pelas traças, roupas que insisto em guardar como que esperando
rejuvenescer e sapatos que me causam calos. Pra que guardar o que já não me
serve mais? Apego? Medo? Perder?
Já perdi o que não era meu.
Já desapeguei, só não me conformei. O medo é natural só tenho o medo do medo, o
que não é normal.
Vou desapegar de mim, pra
recomeçar do zero. Estou enfrentando o medo, porque cansei dele. Vou limpar
gavetas e armários pra consumar o desapego. Vou me enfrentar no espelho e me
dizer poucas e boas. Não vou mais aceitar entulhos e migalhas, vou me limpar de
lembranças que causam dor e reivindicar o amor por mim mesma.
4 Comentários:
Eu já venho praticando o desapego há algum tempo...
Bom domingo Lidia.
beijooo.
Querida amiga, muitas vezes é difícil conseguir manter o desapego, mas temos que exercitar todos os dias, afinal essa vida é apenas uma breve passagem. Tenha uma linda e abençoada semana. Beijocas
Querida
O desapego é um Dom grande...
Bjm de paz
Nada fácil, mas sem dúvida alguma é uma das melhores características que podemos ter...
[]s
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